domingo, 9 de dezembro de 2007

Apoios a Marcelino Galo no 2o Turno

No segundo turno da eleição à presidência do PT Bahia, a Tendência Marxista identifica o companheiro Marcelino Galo como herdeiro da plataforma que a TM construiu com o então candidato Pery Falcon no primeiro turno. Por isso, conclamamos a militância do partido em convergir com esses propósitos para eleger, no dia 16 de dezembro, uma direção forte e representativa para ajudar sustentar o projeto do Brasil com o presidente Lula e, na Bahia, com o companheiro Jaques Wagner.
Marivaldo Dias, membro da Tendência Marxista - Bahia


Marcelino Galo à frente do PT/Bahia representa o fortalecimento do Partido, em bases democráticas e socialistas, tão necessário para o aprofundamento das mudanças em curso na Bahia, com o Governo Jaques Wagner. Além do mais, a vitória de Marcelino contribui para a pluralidade nacional do Partido. O PT da Bahia pode dar esta contribuição ao PT de todo o país.
Neila Batista, membro da Executiva Nacional do PT


O PT do nordeste tem um papel decisivo na consolidação partidária nacional. Devemos aprofundar nosso peso. Assim, apóio a candidatura de Marcelino Galo pelo que ela representa, de fato: uma alternativa de esquerda, que contribui para equilibrar a correlação de forças nacional no interior do PT, já que o Estado da Bahia e nossa seção partidária aí têm importância estratégica para a disputa da hegemonia no país.
Professor Pinheiro, vice-governador do Ceará


Nos últimos dois anos o Partido dos Trabalhadores da Bahia cumpriu um papel importante no cenário nacional conduzindo Jaques Wagner à vitória do governo da Bahia. Marcelino Galo conduziu brilhantemente esse papel e precisamos que ele continue contribuindo desta forma.
Senadora Serys Slhessarenko (PT-MT)


Há segundos e segundos turnos. Em alguns, a escolha se dá entre o seis e o meia dúzia. Noutros, a escolha se dá entre recuar ou avançar, derrota ou vitória, tibieza ou firmeza, conciliação ou transformação, passado ou futuro. Na Bahia, no dia 16 de dezembro de 2007, o lado do Partido, da militância, dos movimentos, da luta, do socialismo, é o lado de Marcelino Galo.
Valter Pomar - Secretário de Relações Internacionais do PT

Resolução da Articulação de Esquerda sobre o segundo turno

A direção nacional da Articulação de Esquerda, reunida no dia 5 de dezembro de 2007, avaliou os resultados do primeiro turno da eleição das novas direções partidárias (PED) e aprovou a seguinte resolução:

1.A participação de de 326 mil filiados no primeiro turno do PED demonstra, mais uma vez, a força do Partido dos Trabalhadores, único partido brasileiro a eleger pelo voto direto suas direções e o único capaz de tamanha mobilização;

2.Os resultados finais do primeiro turno, em âmbito municipal, estadual e nacional, devem ser objeto de atenta análise. Também devem ser objeto de nossa análise e dura crítica, um conjunto de distorções constatadas no processo, entre as quais a desigualdade material entre as chapas e candidaturas concorrentes, as filiações em massa e as cotizações anti-regimentais, o exercício do voto sem conhecimento prévio das teses apresentadas pelas chapas e candidaturas concorrentes, bem como outros graves problemas que se verificaram no curso do PED, em 2001, 2005 e 2007.

3.Em caráter preliminar, algumas conclusões são possíveis:

a) o antigo "campo majoritário", hoje denominado de "Construindo um novo Brasil", fracassou no seu intento de recuperar a maioria absoluta no Diretório Nacional do PT. Isto é extremamente positivo, pois a pluralidade é uma pré-condição para o funcionamento regular e democrático da principal instância partidária;

b) nos dois turnos de 2005 houve uma polarização entre a "esquerda petista" e o "campo majoritário". Já no primeiro turno de 2007, apesar dos nossos esforços, a contraposição principal se deu entre forças de "centro" (organizadas nas chapas encabeçadas por Berzoini, Tatto e Cardozo);

c) a esquerda petista poderia ter obtido um resultado melhor, tanto política quanto eleitoralmente, se pelo menos as chapas “A esperança é vermelha” e “Militância socialista” estivessem unificadas;

d) a esquerda petista poderia estar representada no segundo turno, se a tendência "Democracia Socialista" tivesse optado por uma aliança preferencial à esquerda;

e) a chapa "A esperança é vermelha" e a candidatura à presidência nacional de Valter Pomar obtiveram em 2007 um resultado semelhante ao de 2005. Considerando as condições em que se travou a disputa, a força política e material das demais chapas e candidaturas, a cobertura tendenciosa de grande parte da mídia, bem como as expectativas negativas que alguns setores nutriam a respeito de nossas chances, podemos nos orgulhar do resultado conquistado;

f)este resultado positivo é reforçado pelo desempenho que “A esperança é vermelha”, em particular a Articulação de Esquerda, obteve em várias disputas estaduais e municipais. Os resultados obtidos na Bahia, Espírito Santo, Pernambuco e Santa Catarina, entre outros, são particularmente significativos.

4. Como em 2005, haverá segundo turno para escolher o novo presidente nacional do Partido dos Trabalhadores.

5. Ao contrário de 2005, quando a disputa foi entre um candidato do antigo “campo majoritário” e um candidato da esquerda petista, desta vez ocorrerá uma disputa entre duas candidaturas de “centro”, com posições ideológicas, programáticas, estratégicas, métodos de direção e trajetórias internas ao PT que possuem muitos pontos de coincidência.

6. Estas semelhanças não minimizam uma diferença fundamental: uma destas candidaturas simboliza, para o PT e para parcelas importantes de nossa base social, a hegemonia de um grupo (o antigo “campo majoritário”, atual “Construindo um novo Brasil”) cujos métodos de direção e cuja estratégia política, qualquer que seja a avaliação que se faça sobre sua validade no passado, estão esgotados.

7. Setores do antigo “campo majoritário” têm consciência plena desse esgotamento, havendo inclusive os que defendem que a dissolução desta fração é um passo necessário para a abertura de uma nova fase da vida partidária.

8.Outros setores do antigo “campo majoritário” tentam recuperar uma posição de força, através da tentativa (agora frustrada) de reconquistar a maioria absoluta no Diretório Nacional e da candidatura à reeleição do atual presidente.

9. Lutamos bravamente para que a disputa do segundo turno fosse travada entre uma candidatura de esquerda e a candidatura do antigo “campo majoritário”. Dissemos abertamente que isto garantiria um segundo turno com mais nitidez.

10. Inviabilizada esta alternativa, cabe-nos impedir que o antigo campo majoritário recupere uma posição de força. Para impedir que isto ocorra, a direção nacional da Articulação de Esquerda recomenda o voto e fará campanha para Jilmar Tatto ser eleito o novo presidente nacional do PT.

11. Esperamos que o apoio a Tatto seja, também, a posição das candidaturas e chapas que, durante o PED, defenderam mudanças nos rumos do Partido. A começar pela “Mensagem ao Partido”, que nos seus “13 pontos para renovar o PT” criticou explicitamente a concentração do “poder partidário num pequeno grupo dirigente de um campo majoritário com forte disciplina interna”.

12. A Articulação de Esquerda seguirá lutando para que o novo Diretório Nacional do Partido implemente as prioridades defendidas por nossa chapa e por nossa candidatura à presidência nacional: a vitória nas eleições de 2008, a reaproximação com os movimentos sociais e com os partidos de esquerda, a ampliação da influência do PT no governo Lula, a construção da escola nacional de formação política, o lançamento do jornal da militância, a realização do primeiro congresso da juventude petista, a construção de uma candidatura petista para disputar e vencer a eleição presidencial de 2010;

13. Qualquer que seja o resultado do segundo turno, a Articulação de Esquerda reafirma a necessidade de sintonia entre as tendências da esquerda petista, bem como um diálogo com todos os setores que reconhecem a necessidade de novos métodos de direção e de uma nova estratégia política, para que o Partido dos Trabalhadores esteja à altura das possibilidades abertas, no Brasil e na América Latina, para a luta contra o neoliberalismo e pelo socialismo.

Direção Nacional da Articulação de Esquerda

Brasília, 5 de dezembro de 2007

sábado, 10 de novembro de 2007

PT PARA AS PETISTAS

FEMINISTAS DO PT VOTAM EM MARCELINO GALO E VALTER POMAR NO PED 2007

Estamos na reta final do processo do PED de 2007: o Processo de Eleições Diretas do Partido dos Trabalhadores, que deverá escolher, nos próximos dias 02 e 16 de dezembro, os companheiros e companheiras que irão dirigir o PT, nas esferas municipal, estadual e nacional, pelos próximos dois anos.

Este momento é de extrema importância para o conjunto da militância petista e mais ainda para as mulheres do PT. Estamos em um período em que está em jogo a continuidade do avanço da luta das mulheres petistas, depois de muita luta interna a fim de fazer com que o PT seja efetivamente um partido que represente o conjunto da classe trabalhadora.

Somos mulheres de partido e defendemos o feminismo socialista. Sabemos que o sexo nos une, mas a opção de classe nos divide. Acreditamos que todos os assuntos são assuntos de mulher e que a luta política pressupõe divergências e concordâncias baseadas não só nas questões que perpassam a desigualdade de gênero, mas também o conjunto de idéias sobre a construção partidária, sobre a construção de uma estratégia socialista, de uma Bahia e um Brasil melhores. Para homens e mulheres.

Nesse sentido, é preciso compreender o papel que o PT exerce na sociedade, na defesa dos movimentos sociais e das conquistas da classe trabalhadora. Por isso mesmo é que o PED torna-se um instrumento fundamental para que possamos decidir sobre qual direção partidária será capaz de construir um partido forte, com opinião e ação concreta na sociedade.

E nesse momento, somos convidadas a fazer um balanço do que foi a gestão do companheiro Marcelino Galo na presidência do PT. Somos chamadas a resgatar fatos importantes que contribuíram para a organização das mulheres petistas nestes últimos dois anos como o lançamento, na Bahia, da Campanha do Laço Branco – homens pelo fim da violência contra as mulheres. Quem esteve na II Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres pode ver o nosso presidente lá, distribuindo material e dialogando com nossas companheiras sobre essa importante luta.

Além disso, contamos com essa direção partidária nos diversos enfrentamentos aos ataques do conservadorismo e da falta de respeito de outras lideranças partidárias, inclusive mulheres, que tentaram, e ainda tentam passar por cima do avanço que foi, para o conjunto das mulheres e para o PT, aprovar a resolução a favor do Aborto Legal.

Sem contar o já reconhecido apoio, por este direção, à organização e crescimento dos diversos setoriais do partido – com especial destaque para o setorial de mulheres – simbolizando um processo de recomposição dos laços entre o PT e os movimentos sociais e reconhecimento à luta e construção deste espaço tão importante para organização das mulheres petistas.

É preciso, ainda, observar o que está colocado para nós nesse momento da história em que conquistamos o governo do estado e por isso, avaliar sob qual direção e política é possível efetivar uma gestão do partido que fortaleça as companheiras no processo político, sejam as militantes sociais, as candidatas (a vereadoras ou prefeitas), as companheiras gestoras do governo estadual, federal e etc. Inevitavelmente essa opção fará diferença nos pleitos municipais de 2008, na formulação dos programas gerais e na estrutura organizativa do PT.

Outras questões de fundamental importância sobre as quais precisamos nos debruçar surgem também do cenário nacional. Uma delas diz respeito ao debate sobre a aplicação do critério de cota mínima de mulheres – que já conquistamos com o percentual de 30% nas nossas instâncias partidárias - para as composições de chapas proporcionais e majoritárias dos processos eleitorais gerais. Para isso, temos que defender que o PT continue debatendo a Reforma Política que, embora vencida na câmara, ainda está na ordem do dia e vem, com isso, tornando públicas as nossas opiniões e o nosso lado neste importante debate.

Finalmente, os debates sobre a participação das mulheres no PT, seus avanços e a necessidade cotidiana de reafirmação dos valores de emancipação dão maior sentido ao Partido dos Trabalhadores. É preciso, portanto, compreender o que está em jogo nessa disputa no que diz respeito à questão das mulheres, sua luta pela plena participação partidária, inserção e defesa de suas bandeiras na agenda geral do partido. E isso significa que fortalecer a participação das mulheres hoje é fortalecer quem compreende, assume e respeita essa luta. Seja homem ou mulher.

Somos mulheres petistas, feministas e socialistas e votaremos no PED em Marcelino Galo para Presidente Estadual e Valter Pomar para Presidente Nacional do PT.


1. Alessandra Almeida – Setor de Gênero Do MST
2. Aline da Cruz dos Santos – PT Ilhéus
3. Aline da Cruz dos Santos – Uruçuca / PT Ilhéus
4. Aline da Silva Cerqueira – PT Itaberaba
5. Alzira de Jesus Santos – PT Camaçari
6. Ana Claudia Vidal – Iaçu
7. Ana Márcia dos Santos Silva – PT de Cruz das Almas
8. Ana Maria da Silva –
9. Ana Maria dos Santos -
10. Ana Néri – Associação de Moradores do Tororó
11. Ana Torquato – Superintendente de Ação Social – Sedes
12. Ana Vilas Boas -
13. Ana Vitória da Silva –
14. Andréia Santos Aviles – MST Recôncavo
15. Aneli Rodrigues -
16. Aparecida da Silva do Nascimento –
17. Ara Josefina Silveira Brasil – PT de Camaçari
18. Arlinda Rodrigues dos Santos – MST Recôncavo
19. Beatriz Sincorá – PT Itamarajú
20. Benedita Ribeiro dos Santos – PT PRADO / MST
21. Benedita Santos Brito - Presidente do PT de Paramirim
22. Camila Vieira – DM/Ssa
23. Carla Mendes Pinto – Presidente do PT de Camaçari
24. Carlinda Barros de Lacerda – Diretora da DIREC –Cruz das Almas
25. Carolina Mendonça – CAHIS da UFBA / MMM
26. Celina Carvalho da Silva
27. Cleci Pereira de Barros - Secretária Do PT B. J. Lapa
28. Cleuzinha Semoa –
29. Criméia – PT Santa Inês
30. Cristiane Alves Oliveira - Kitty - DM Cruz das Almas e Assessoria do Dep. Yulo
31. Cristiane Salvador – Cruz das Almas
32. Daniela Souza de Oliveira – PT Itamarajú
33. Débora Lima Gomes – PT Iaçu
34. Deise Karine Santana Cerqueira - Iaçu
35. Deise Oliveira – Secretária Estadual de Mulheres Do PT
36. Doralice Gomes de Jesus Santana
37. Dra. Suzana – Secretária de Saúde | Candidata A Presidenta PT de Vitória Da Conquista
38. Dulce Marinho – PT Salvador
39. Ecilene Lima Gomes - Iaçu - Candidata a Presidente
40. Edinéia dos Santos –
41. Edna Monteiro – PT Salvador
42. Elaine Moreira da Silva –
43. Eliene da Cruz - PT Itamarajú
44. Elisamar – PT Piritiba
45. Elisângela Cruz – Candidata a Presidenta DMPT- Santa Rita De Cássia
46. Elisângela Gomes Silva – PT Cruz das Almas
47. Elisete de Santana Portugal –
48. Elizete Nascimento dos Santos
49. Elle Lorena – Serrinha
50. Ellen Lorena dos Santos –
51. Ellys Karina Nobre – PT Salvador
52. Elza Maria Pires Loures – PT Itamarajú
53. Emily Laurentino – CAHIS – UFBA / MMM
54. Érica Lúcia Ramos (Índia) – PT Teixeira de Freitas
55. Érica Ramos –
56. Ermínia Maria Magalhães Nascimento - PT Santo Amaro
57. Fernanda da Silva – PT Mucuri
58. Fernanda Santos Da Silva - PT Uruçuca
59. Flávia Cunha –
60. Gabriela Oliveira de Matos - Quilombo Rio Das Rãs
61. Geisa Santos – PT Itamarajú
62. Generosa – Ex-Vereadora E Dirigente do PT- Brotas De Macaúbas
63. Gisela - Assessora Da Sedes
64. Gismália Luiza Trabuco – PT Boa Vista do Tupim
65. Giszelia Violeta Passos Carneiro Santana
66. Gizelia Violeta - (leta ) Itaitê - Leta esta duas vezes na lista
67. Glória Cecília – Assessora da CONDER / MNLM
68. Haiane Lima dos Santos – PT Bom Jesus da Lapa
69. Hélida Pereira dos Santos –
70. Heloiza Egas – MST/ Marcha Mundial de Mulheres PT - Salvador
71. Iana Fraga – Assessora da Direc-Itaberaba /Pt De Boa Vista Do Tupim
72. Iane Lara – PT Barreiras
73. Iasa Cloni Pina Salles Paraguassu - - Mucugê - Candidata a Presidentado PT
74. Ieda Franco – Fundac/Coordenadora do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher
75. Isadora Salomão - Coletivo Estadual de Mulheres do PT/SEPROMI
76. Itana Brandão – PT Bom Jesus da Lapa
77. Itana Santanna– PT Cruz das Almas
78. Ivonéia Soares do Nascimento – PT Wenceslau Guimarães
79. Jaide dos Anjos – PT de Várzea Nova
80. Jéssica Sinai – Coordenadoria Juventude PMSSA/ DM PT SSA
81. Joilda Gomes – SindPEC
82. Josefa Araújo – Vice-Prefeita de Mansidão
83. Josefina Martins de Araujo - Ceta - Carinhanha
84. Josenete Macedo Silva
85. Juçara Gonçalves Reis - 19º Zona – PT Salvador/ assessora dep. Yulo Oiticica
86. Judite Bispo dos Santos – PT Boa vista do Tupim
87. Juliana Gonçalves dos Santos – PT de Cruz das Almas
88. Jussara Pinho – PT Iaçu
89. Kalypsa Kardinale – Diretora da Direc/Itaberaba
90. Leolinda – PT Piritiba
91. Leta – Ex-Presidenta da Câmara de Vereadoras de Itaetê
92. Lia – PT Luis Eduardo Magalhães
93. Lígia Leal –DCE-Ufba Diretora de mulheres
94. Lindaura – Secretária Geral Do PT – Muquém Do São Francisco
95. Lívia Santana – PT Salvador
96. Lúcia Moraes– PT Cruz das Almas
97. Luciana Mandelli – Coletivo Dorcelina Folador/ Marcha Mundial de Mulheres
98. Luciene Oliveira –
99. Lucimara – PT Barra
100. Lucimara da Silva – PT Ibotirama
101. Lucy – Gerenta Regional Da Adab Barreiras
102. Luzenei de Queiroz Rios - PT Teixeira de Freitas
103. Maiara Alves de Oliveira – Coletivo Estadual de Juventude do PT
104. Manuela Nicodemos – Coletivo Dorcelina Folador/ Marcha Mundial de Mulheres
105. Márcia Cristina Damasceno Pereira - 10º zona PT –Salvador / assessora dep. Yulo Oiticica
106. Maria – Direção Estadual do MNLM
107. Maria Anatália das Mercês Souza – DM PT Santo Antonio de Jesus
108. Maria Angélica Cerqueira – PT Cruz das Almas
109. Maria Antônia de Jesus – PT Prado
110. Maria Arruda da Silva (Lia) – PT Luiz Eduardo Magalhães
111. Maria Cláudia Rodrigues – PT Valença
112. Maria da conceição Nascimento – Candidata a presidente DM-Varzea nova
113. Maria da Conceição Souza – PT Alagoinhas
114. Maria D'Ajuda Nogueira – PT Itamarajú
115. Maria das Graças Sena – Presidente do PT Cruz das Almas
116. Maria Del Carmen Fidalgo Santos Puga
117. Maria Hélia Nascimento (Mãezinha) – PT Itamarajú / MST
118. Maria Inês Brandão – PT Piritiba
119. Maria José Freitas – PT Utinga
120. Maria José Moraes – PT Cruz das Almas
121. Maria José Ornelas Silva - PT Santo Amaro
122. Maria Lúcia – Direção Nacional Do Mst
123. Maria Mônica de Melo – PT Tremedal
124. Marilana Souza Silva – PT Teixeira de Freitas
125. Marilene Leal – PT Salvador
126. Marília de Jesus – PT Salvador
127. Marilúcia Souza Silva
128. Marinalva Macedo Silva
129. Marisa dos Santos Amorim
130. Marisete De Andrade – Coordenadora Dep. de Políticas para Mulher - Cruz Das Almas
131. Marislane Silva –
132. Marizete Ferreira dos Santos - PT Lauro De Freitas
133. Marta Rodrigues Sousa de Brito Costa – Presidente PT Salvador
134. Marta São Pedro de Santana Cordolino – Candidata a presidente do PT de Lauro de Freitas
135. Matilde Santana Rodrigues
136. Mônica Elbacha Marnet – Vereadora do PT- Lauro de Freitas
137. Nádia Márcia Campos – Diretora de Regionalização da FUNDAC
138. Nadjara Regis – Diretório Estadual do PT
139. Nilvândia Oliveira – Coordenadora CSU De Vitória Da Conquista
140. Nilzane Gomes – PT de Várzea Nova
141. Noemia Farias da Silva – PT santo Amaro
142. Núbia Oliveira Lima – PT de Itaberaba
143. Poliana Magalhães – PT Salvador
144. Poliana Rebouças – Diretora do DCE UFBA
145. Poliana Rodrigues – Assessora técnica da SEDES
146. Raimunda Lucia Fiqgueiredo – PT Santo Amaro
147. Regina Célia Moraes– PT Cruz das Almas
148. Renata Rossi – Chefe de Gabinete – INCRA-BA
149. Rita – PT de Buerarema
150. Rita Maria Rodrigues Da Silva – Mulheres Do Pt/Ba
151. Rizolete Sena– PT Cruz das Almas
152. Roberta Sampaio – Assessora Especial da Sedes
153. Rosana Lilia Moraes– PT Cruz das Almas
154. Rosana Oliveira – PT Cruz das Almas / Coletivo Jacinta Passos
155. Rosangela Maria Silva dos Santos – PT de Camaçari
156. Rose Cristiane Barbosa – PT de Cruz das Almas
157. Rosemaire Santos de Souza - Secretária Mun. De Assistência Social - B. J. Lapa
158. Selma Pereira – Assessora Sedes / CEM PT-Salvador
159. Shirley Pimentel se Souza - MNU - B. J. Lapa
160. Sirleide – Presidente do PT Brotas de Macaúbas
161. Suely Ramos Roveira – Vereadora do PT - Malhadas De Pedra
162. Suzete Lima – Marcha Mundial de Mulheres/ DM Vitória Da Conquista
163. Tahita Magalhães – Assistente Social
164. Tatiane Moura de Jesus – PT Salvador/ Núcleo de Mulheres de Itapagipe
165. Telma – PT Piritiba
166. Teo – Dirigente MST -Utinga
167. Terezinha – Creche Escola Comunitária de São Gonçalo
168. Tomazia Maria da Silva - Comissão Regional De Quilombos
169. Udevania Madeira de Oliveira - Boa Vista
170. Valdíria Costa Santos – PT Salvador
171. Vânia Ribeiro Gomes – Assessora do Dep. Pelegrino
172. Vera Lucia Soares do Nascimento – DM-PT Mascote
173. Virgínia Bacelar – PT Salvador
174. Viviane de Alcantara Santos Aragão - PT Bom Jesus da Lapa

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Tese da chapa estadual "A Esperança é Vermelha"

APRESENTAÇÃO

Este documento é uma elaboração dos/as integrantes da Chapa A Esperança é Vermelha e dos/as apoiadores/as da candidatura de Marcelino Galo à Presidência do PT Estadual.

Nele apresentamos um breve balanço da gestão, eleita em 2005, que evidencia, não apenas as conquistas, mas também os desafios enfrentados, na tarefa de trazer o PT de volta para o cenário político de cabeça erguida, com autonomia e com a certeza de ter cumprido com o compromisso de honrar a nossa estrela e nossos 27 anos de história.

Apontamos, ainda, um conjunto de idéias para a futura gestão, de modo que a militância petista tenha elementos para avaliar o que foi o PT neste período de transição, iniciado após a maior crise vivida por nós, e o que poderá ser neste novo período histórico, que se inicia com o governo Wagner, que ajudamos a eleger, e com a reeleição do companheiro Lula.

Desejamos, assim, abrir um debate franco com a nossa militância. Um debate leal, agregador e que nos permita colher novas vitórias no próximo período.

Para ler a tese na íntegra, clique aqui.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Marcelino Galo faz balanço da sua gestão

Em entrevista concedida à equipe do Blog, o atual presidente do PT-Bahia, Marcelino Galo, faz um balanço da sua gestão, aponta os principais desafios do partido no estado e no país e manda um recado para os filiados e filiadas que irão votar nesse PED.

1) Companheiro Marcelino Galo, você pode nos apresentar um breve balanço da sua gestão?

Primeiro, temos que resgatar o momento no qual fomos eleitos para dirigir o PT baiano. Em 2005 estávamos na maior crise da história do partido. Uma concepção dirigente estava consolidando um partido na Bahia e no Brasil como mera correia de transmissão do governo; efetuando acordos políticos e econômicos destoantes com nossa trajetória; e afastando continuamente a base das decisões do partido. Estávamos perdendo nosso respeito na sociedade brasileira e principalmente nossa vitalidade interna. O partido estava apático. Mas um movimento da maioria das tendências internas resolveu reestruturar o partido.
No começo tivemos que organizar a "cozinha". As contas estavam atrasadas, o diretório estadual em Salvador, abandonado. Após resolver essas questões, partimos para a defesa do partido na sociedade. A direita estava muito feroz para nos destruir, e conseguimos reanimar a militância na defesa do PT na Bahia.Superado o período crônico, começamos os debates internos para as eleições 2006.
Conseguimos unificar partido e militânica em torno da candidatura de Wagner e da necessidade de uma frente envolvendo a maioria dos partidos de oposição no estado. O resultado foi histórico. Wagner foi eleito governador após 20 anos de hegemonia carlista; e conseguimos eleger oito deputados federais e dez estaduais. Reativamos nosso contato com os movimentos sociais, com intelectuais e estudantes; grupos fundamentais que estavam se desligando do PT. Conseguimos levar Martiniano Costa à presidência da CUT, a juventude petista venceu as eleições dos DCE´s da UCSAL, UFBA e UESB, e ainda consolidamos a parceria local com o MST.
Outro ponto fundamental tem sido o acompanhamento do partido no interior do estado. Viajamos por todas as regiões, visitando quase a totalidade das cidades e vilarejos onde o PT está presente ou busca se formar em consonância com nosso projeto de sociedade. E ainda criamos setoriais como Educação, GLBTT, Mulheres e Formação Política. Hoje, o PT não é mais um balcão de negócios e vivemos um momento de grande esperança, esperança vermelha, rumo ao socialismo.

2) Quais os desafios que se colocam para o PT nacionalmente e na Bahia?

Precisamos defender os governos do presidente Lula e do governador Wagner, frente aos ataques da direita. Ambos são projetos de coalizão. Em muitas áreas não temos convergências programáticas e temos que estar atentos a isso.
Mesmo em momentos difíceis, como o 2 de Julho, sempre mantivemos nosso apoio ao governo Wagner. Com muita dedicação, conciliamos a autonomia do partido com o apoio aos nossos governos. Tanto que fechamos o 3º Congresso com posições mais a esquerda, como a defesa do socialismo de forma consensual.
A nível nacional, precisamos avançar em Reformas como a Agrária e Política. A Reforma Agrária ficou abaixo das expectativas no primeiro mandato de Lula. Já a Reforma Política é um imperativo para superarmos a influência do poder econômico sob as forças políticas. A sociedade e os partidos não agüentam mais tanta degradação ética na classe política.
É importante consolidar nos próximos anos nossa relação com os movimentos sociais e demais setores de transformação do status quo. Sem a o acúmulo das lutas populares, o PT pode se tornar um partido como tantos outros existentes. Nossa natureza é de esquerda e de massas.
Para isso, é fundamental retornar os espaços de formação do partido. Perdemos o hábito nos últimos anos de aprofundamento e formulação de temais cruciais ao país. Sem essa preocupação, o partido cai no pragmatismo e na burocracia.

3) Que recado você gostaria de mandar para os filiados e filiadas que irão votar no PED 2007?

Quero dizer que estamos próximos de um momento de transição singular na história do partido. Vamos decidir nesse PED se vamos fortalecer uma caminhada ao lado dos movimentos sociais e nossos compromissos históricos ou rebaixar nossa prática frente ao projeto dos governos.
Nesse PED, temos a esperança de consolidar o PT como uma alternativa revolucionária para um país tão desigual como o Brasil.
Nesse PED, nossa esperança é vermelha, para construir uma esquerda mais forte para o futuro do maior e mais importante partido do país.
Somente a nossa militância, que luta há muitos anos em cada canto desse país, pode construir um PT para petistas, um PT que defenda o socialismo e que possa defender nossas idéias nos governos.

Manifesto da candidatura de Valter Pomar


Em 2010, se encerrará um período na história do PT. Não se trata apenas do resultado das eleições presidenciais. Trata-se de saber se o PT continuará a ser ou não o pólo aglutinador do campo democrático-popular no Brasil, papel que ocupamos desde 1989, pelo menos. Trata-se de saber, ainda, se o campo democrático-popular continuará polarizando ou não a luta política no país, lembrando que durante os primeiros 100 anos da vida republicana do Brasil (1889-1989), a esquerda nunca ou quase nunca ocupou este papel. Trata-se, finalmente, de saber se o governo Lula foi um breve hiato ou se abriu mesmo um novo período na história do Brasil.

Cabe à direção do PT, que será eleita nos dias 2 e 16 de dezembro, preparar o terreno para nossa vitória na batalha de 2010.

Se a nova direção conduzir com sucesso as eleições de 2008; se conseguir recompor o campo democrático-popular, reatando laços com os partidos de esquerda e com os principais movimentos sociais do país; se conseguir influenciar positivamente os rumos do governo Lula e dos governos estaduais dirigidos pelo PT; se conseguir reorganizar o próprio Partido, principalmente através do bom funcionamento das instâncias, da comunicação e da formação política; se conseguirmos atingir estes objetivos, então o PT terá criado as pré-condições indispensáveis ao lançamento de uma candidatura presidencial capaz de –em aliança com forças políticas e sociais de esquerda— disputar e vencer as eleições presidenciais de 2010.

Para que isso seja possível, precisamos de uma direção petista, democrática, com capacidade dirigente e socialista.

Durante vinte anos o PT elegeu suas direções nos encontros partidários. A partir de 2001, a eleição passou a ser direta. Este método tem suas vantagens, mas também possui dois grandes riscos, que devem ser apontados claramente: a influência da mídia e do poder econômico.

Também durante vinte anos, o presidente nacional do PT foi eleito pelos delegados ao encontro nacional do Partido. A partir de 2001, o presidente passou a ser eleito em voto direto e nominal. A eleição nominal tem um grande defeito: reforça o poder do indivíduo que é eleito para o cargo, em detrimento da chapa que o indicou, bem como em detrimento do conjunto da direção partidária e também do conjunto dos filiados.

Por isso, defendemos no 3º Congresso que o presidente do Partido voltasse a ser o encabeçador da chapa mais votada. Infelizmente, não houve condições de deliberar sobre esta e muitas outras propostas, que só serão debatidas em 2009. Desta forma, o processo de escolha dos presidentes do Partido em 2007 será o mesmo de 2001 e de 2005.

Fazemos questão de esclarecer, portanto, que nossa candidatura à presidência nacional expressa o projeto coletivo de milhares de petistas, militantes dos movimentos sociais, parlamentares, dirigentes de governos e construtores do Partido, atuantes em todo o país. E que nosso mandato de presidente estará submetido ao controle das instâncias coletivas: o Diretório e a Executiva Nacional.

Este compromisso democrático é uma necessidade. O PT está diante de enormes desafios, que só conseguiremos superar por meio do debate e da ação coletiva. Nenhuma tendência ou indivíduo dará conta, sozinho, destes desafios.

Por estas razões, consideramos fundamental que o PED seja marcado por um intenso debate de idéias, resultando num Diretório sem maiorias absolutas, fixas e presumidas. Que nenhuma tendência partidária, sozinha, tenha maioria garantida, para que as maiorias se formem por meio do convencimento político, como vem ocorrendo desde 2005.

Evidentemente, nossa candidatura a presidente participa deste debate afirmando posições claras acerca do PT, de seu programa, de sua estratégia e de sua tática. E defendendo um plano de trabalho para o Diretório Nacional que será eleito em 2007 e que terá mandato até o final de 2009.

Os principais pontos deste plano de trabalho são os seguintes:

1) vencer as eleições de 2008. Tais eleições terão dupla dimensão: por um lado exigirão do Partido resposta para as questões locais, que variam de cidade para cidade. Por outro lado, exigirão uma política nacional coordenada, capaz de enfrentar o cerco que os partidos de oposição e setores da coalizão de governo movem contra o PT. Esta política nacional deve respeitar a autonomia das instâncias municipais e não se confunde com a tentativa, que repudiamos, de reproduzir na política de alianças municipal o mesmo arco de partidos que integra o governo federal;

2) reorganizar o campo democrático-popular. Isto exigirá travarmos um debate de fundo com os partidos de esquerda e com os principais movimentos sociais do país, ao mesmo tempo em que devemos desenvolver ações comuns que reafirmem as bandeiras históricas da esquerda. Ganham destaque iniciativas como o Plebiscito da Vale, a luta pela reforma agrária, a democratização da comunicação social e a Conferência do Mundo do Trabalho, como definida pelo 3º Congresso;

3)disputar os rumos do governo Lula. Embora o presidente e importantes ministros sejam petistas, o PT reduziu sua influência sobre o segundo governo Lula. Muitas vezes, isso se fez em prejuízo dos compromissos assumidos com o povo brasileiro, no segundo turno das eleições de 2006. A próxima direção precisa ter um papel mais ativo na disputa de rumos do governo Lula. Inclusive na política econômica, onde seguimos considerando inaceitável a influência do grande capital financeiro, beneficiário de taxas de juros que já desviaram para a banca privada mais de 600 bilhões de reais, recursos que fazem falta nas áreas sociais e no desenvolvimento da infra-estrutura;

4)iniciar a construção de uma candidatura petista para a sucessão de Lula. O PT não deve sucumbir à idéia, reiterada pela direita e pela mídia, da inexistência de uma “candidatura natural” para disputar as eleições 2010, nem à avaliação de que não temos uma candidatura com a mesma força eleitoral do atual presidente da República.

O PT é o maior partido do Brasil. Um partido capaz de reunir as forças necessárias para derrotar a oposição (PSDB-DEM). Um partido que possui vários quadros preparados para presidir o país e coordenar o governo federal, não apenas para dar continuidade às experiências exitosas do governo Lula, mas também para aprofundar as mudanças num sentido democrático-popular.

Esta condição foi construída ao longo dos últimos 27 anos, na organização partidária, na luta social e nas disputas eleitorais, entre elas as de 1989, 1994, 1998, 2002 e 2006.

Eleições presidenciais que disputamos com candidatura petista, em várias delas enfrentando e derrotando as avaliações negativas que os setores conservadores sempre esgrimem contra o PT e contra o próprio Lula.

A escolha de nossa candidatura à presidência da República exigirá muito diálogo interno, com os movimentos sociais e com os partidos de esquerda. Exigirá disposição de unidade e concessão. Exigirá, também, muita firmeza em torno de duas idéias fundamentais: a) é o Partido, suas instâncias e seus filiados, quem decide; b) disputaremos as eleições presidenciais de 2010 com uma candidatura petista, que encabeçará uma coligação política e social democrático-popular.

Os mesmos que profetizavam que Lula nunca seria presidente, os mesmos que dizem que Lula foi eleito apesar do PT, os mesmos que vaticinaram que o PT não sobreviveria à crise de 2005, estes mesmos hoje dizem que o PT terá que abrir mão de suas “pretensões”.

Não podemos vacilar nesta questão. Sem arrogância, sem exclusivismo, sem baluartismo, mostraremos que as “pretensões” do PT foram forjadas nas ruas e nas urnas, nas lutas sociais e na ação de governo, no apoio popular e na força eleitoral.

5) desenvolver a campanha por uma Constituinte restrita e exclusiva. O sistema político-institucional brasileiro está vivendo uma profunda crise. A imensa popularidade de Lula e de nosso governo não devem servir para ocultar o outro lado da medalha: a tentativa de transferir para o Judiciário atribuições do Legislativo, a desmoralização dos políticos e da política frente a camadas cada vez mais amplas da população, a promiscuidade entre interesses públicos e privados que é revelada a cada escândalo de corrupção, o péssimo funcionamento de instituições como o Congresso Nacional, a contradição entre os princípios democráticos e o papel cumprido pelo Senado etc.

O 3º Congresso fez este diagnóstico e apontou uma solução: a convocação de uma Constituinte exclusiva e restrita aos temas da reforma política. No PED 2007, os filiados ao PT devem ser chamados a assinar um projeto de iniciativa popular, em torno de uma Emenda Constitucional que convoque a população a decidir sobre a realização desta Constituinte.

6) o bom funcionamento da comunicação, o que inclui a página nacional do PT na internet e o sistema de comunicação entre os dirigentes, mas também a imprensa partidária. Trata-se de cumprir o que foi decidido pelo 3º Congresso, realizando a conferência nacional de comunicação do PT e lançando o jornal do militante petista;

7) o bom funcionamento da formação política, o que inclui melhorar o funcionamento da Fundação Perseu Abramo e criar a Escola Nacional Apolônio de Carvalho. O que supõe vontade política de injetar recursos financeiros nas atividades de formação;

8) o funcionamento regular das instâncias, com reuniões periódicas do Diretório e da Comissão Executiva; reuniões periódicas com as bancadas do PT no Senado e na Câmara dos Deputados; reuniões periódicas com os petistas que ocupam cargos de direção no governo federal; reuniões periódicas com o presidente da República e com os governadores petistas;

9) um relacionamento intenso entre o Partido e os movimentos sociais, não apenas através de reuniões e ações comuns, mas também através do bom funcionamento das secretarias e coordenações setoriais do PT. Neste sentido, a próxima direção deve investir na realização de grandes Encontros Setoriais durante o ano de 2008, bem como de um grande Congresso da Juventude Petista. E deve assumir que as políticas setoriais são um assunto de interesse de toda a direção partidária, não apenas de quem está à frente das respectivas secretarias e coordenações;

10) a transparência na condução dos assuntos do PT, desde as filiações –que devem ser feitas sob controle do Partido e não de tendências e mandatos parlamentares— até as finanças. Neste caso, é preciso introduzir o controle coletivo da Secretaria Nacional de Finanças e Planejamento. É preciso ampliar os recursos do Partido, que ainda sofre os efeitos da crise de 2005 e dos métodos de gestão que nos conduziram a ela. É preciso, também, incorporar métodos de gestão que afastem o risco das relações inadequadas com financiadores e da manipulação inadequada, inclusive para a luta interna, de recursos partidários.

11) uma direção socialista. Um dos melhores resultados do 3º Congresso foi a reafirmação do caráter socialista do PT. Um socialismo internacionalista, radicalmente democrático, ambientalmente orientado, baseado num desenvolvimento planejado e na coexistência de diversas formas de propriedade, com claro destaque para a propriedade social, pressuposto de que as riquezas produzidas coletivamente pela sociedade sejam apropriadas também coletivamente por todos e todas.

A reafirmação do caráter socialista do PT, mesmo que tardia, chega em tempo fértil. Não apenas pelo que acontece na América Latina, onde devemos seguir trabalhando em favor da ruptura com o neoliberalismo e apoiando aqueles processos onde esta ruptura se faz em favor do socialismo. Mas principalmente devido ao que está acontecendo no Brasil, onde seguimos enfrentando uma dura disputa contra a hegemonia das idéias e dos interesses neoliberais.

Existem no PT aqueles que pretendem enfrentar esta disputa contra o neoliberalismo, a partir de valores como a “ética”, a “cidadania”, a “república“ e a “revolução democrática”. Respeitamos os que pensam assim. Mas, de nossa parte, entendemos que tais valores não são suficientes para orientar a ação dos que querem, não apenas derrotar o neoliberalismo, mas também derrotar o capitalismo. Por isso, trabalhamos para eleger uma direção comprometida com a construção de um Brasil e de um mundo socialistas.

Estas são as idéias fundamentais da plataforma de nossa candidatura à presidência nacional do PT.

Muitos companheiros e muitas companheiras poderiam encabeçar esta plataforma e assumir a missão de dirigir o PT. Escolhemos para esta tarefa o companheiro Valter Pomar, um quadro que iniciou sua militância política no final dos anos 1970, como tantos outros: lutando contra a ditadura militar e aprendendo com a tradição marxista, socialista e revolucionária, a que segue ligado até hoje.

Filiado desde os anos 1980, nosso candidato militou em núcleos de base, foi dirigente municipal e estadual, desempenhando tarefas organizativas, de formação e comunicação. De 1997 até 2005, foi terceiro vice-presidente nacional do PT. Foi secretário de Cultura na cidade de Campinas (SP) de dezembro de 2001 a dezembro de 2004. Em 2005, disputou a presidência nacional do Partido dos Trabalhadores, recebendo 42.911 votos (14,6% dos votos válidos), não tendo ido ao segundo turno por apenas 279 votos. Desde 2005, Valter Pomar está à frente da Secretaria de Relações Internacionais do PT.

A eleição para a presidência nacional de um quadro partidário como Valter Pomar significará que a base do PT quer incidir mais fortemente nos rumos do próprio Partido, na tática para as eleições 2008 e nas características do segundo governo Lula. Sinalizará ainda, de maneira inequívoca, que nosso Partido quer continuar sendo um partido antiimperialista, antilatifundiário, antimonopolista, comprometido com a democratização radical da sociedade brasileira. Enfim, de que o PT quer continuar sendo o principal partido dos socialistas brasileiros.

Plano de Trabalho 2007-2009

No dia 2 de dezembro, os petistas vão comparecer às urnas e escolher as novas direções partidárias. Também no dia 2 (primeiro turno) e 16 de dezembro (segundo turno), serão escolhidos os novos presidentes do PT, em todos os níveis.

Haverá várias chapas e candidaturas participando da disputa, que será simultaneamente interna e pública, acompanhada com interesse não apenas pelos petistas, mas também pelos demais partidos, movimentos sociais, intelectualidade e meios de comunicação.

O interesse é facilmente compreensível: do desempenho da nova direção dependerá, em grande medida, o resultado das eleições de 2010.

Ali se encerrará um período na história do PT. Não se trata apenas do resultado das eleições presidenciais. Trata-se de saber se o PT continuará a ser ou não o pólo aglutinador do campo democrático-popular no Brasil, papel que ocupamos desde 1989, pelo menos. Trata-se de saber, ainda, se o campo democrático-popular continuará polarizando ou não a luta política no país, lembrando que durante os primeiros 100 anos da vida republicana do Brasil (1889-1989), a esquerda nunca ou quase nunca ocupou este papel. Trata-se, finalmente, de saber se o governo Lula foi um breve hiato ou se abriu mesmo um novo período na história do Brasil.

Se a nova direção conduzir com sucesso as eleições 2008; se conseguir recompor o campo democrático-popular, reatando laços com os partidos de esquerda e com os principais movimentos sociais do país; se conseguir influenciar positivamente os rumos do governo Lula e dos governos estaduais dirigidos pelo PT; se conseguir reorganizar o próprio Partido, principalmente através do bom funcionamento das instâncias, da comunicação e da formação política; se conseguirmos atingir estes objetivos, então o PT terá criado as pré-condições indispensáveis ao lançamento de uma candidatura presidencial capaz de –em aliança com forças políticas e sociais de esquerda—disputar e vencer as eleições presidenciais de 2010.

Para que isso seja possível, precisamos de uma direção petista, democrática, com capacidade dirigente e socialista.

Uma direção petista

Pode parecer desnecessário enfatizar o caráter petista da próxima direção. Mas a experiência da direção anterior e desta mostra que há setores que colocam os interesses dos governos e dos mandatos parlamentares, acima dos interesses do Partido como um todo. Assim como quem confunda petismo e “lulismo”, subordinando o primeiro ao segundo.

Da mesma forma, há aqueles que -- em nome das alianças, da “governabilidade” ou com o pretexto de demonstrar amplitude – não defendem adequadamente o PT, nem mesmo contra os ataques da direita.

Precisamos de uma direção nacional capaz de defender os objetivos programáticos e estratégicos do Partido, inclusive frente aos aliados; capaz de colocar os interesses do Partido acima dos interesses deste ou daquele líder, candidato ou corrente.

Uma direção que não cometa a confusão ocorrida entre 1995 e 2005, quando a maioria do Diretório Nacional confundia seus interesses particulares, com os interesses de todo o Partido, chegando inclusive a tomar decisões que afetaram o conjunto do PT, sem ouvir suas instâncias.

Uma direção democrática

A nova direção será eleita por centenas de milhares de filiados ao PT. Mas para nós, a democracia não se limita ao ato de votar. E ao votar, os petistas não darão um “cheque em branco” para seus novos dirigentes.

Neste sentido, o novo Diretório terá que estar muito atento ao cumprimento dos procedimentos e das ações organizativas que garantam a democracia no dia a dia da vida partidária. Enfatizamos os seguintes:

1) o bom funcionamento da comunicação, o que inclui a página nacional do PT na internet e o sistema de comunicação entre os dirigentes, mas também a imprensa partidária. Trata-se de cumprir o que foi decidido pelo 3º Congresso, realizando a conferência nacional de comunicação do PT e lançando o jornal do militante petista;

2) o bom funcionamento da formação política, o que inclui melhorar o funcionamento da Fundação Perseu Abramo e criar a Escola Nacional Apolônio de Carvalho. O que supõe vontade política de injetar recursos financeiros nas atividades de formação;

3) o funcionamento regular das instâncias, com reuniões periódicas do Diretório e da Comissão Executiva; reuniões periódicas com as bancadas do PT no Senado e na Câmara dos Deputados; reuniões periódicas com os petistas que ocupam cargos de direção no governo federal; reuniões periódicas com o presidente da República e com os governadores petistas;

4) um relacionamento intenso entre o Partido e os movimentos sociais, não apenas através de reuniões e ações comuns, mas também através do bom funcionamento das secretarias e coordenações setoriais do PT. Neste sentido, a próxima direção deve investir na realização de grandes Encontros Setoriais durante o ano de 2008, bem como de um grande Congresso da Juventude petista. E deve assumir que as políticas setoriais são um assunto de interesse de toda a direção partidária, não apenas de quem está à frente das respectivas secretarias e coordenações;

5) a transparência na condução dos assuntos do PT, desde as filiações –que devem ser feitas sob controle do Partido e não de tendências e mandatos parlamentares-- até as finanças. Neste caso, é preciso introduzir o controle coletivo da Secretaria Nacional de Finanças e Planejamento. É preciso ampliar os recursos do Partido, que ainda sofre os efeitos da crise de 2005 e dos métodos de gestão que nos conduziram a ela. É preciso, também, incorporar métodos de gestão que afastem o risco das relações inadequadas com financiadores e da manipulação inadequada, inclusive para a luta interna, de recursos partidários.

Uma direção com capacidade dirigente

Nestes 27 anos, todos já aprendemos que não basta ter política correta e métodos adequados. É preciso também ter capacidade dirigente.

O grupo que dirigiu o PT de 1995 até 2005 tinha capacidade dirigente, mas seus métodos e sua política conduziram o PT a uma crise ideológica, política e organizativa sem precedentes.

A direção eleita em 2005 iniciou uma transição política e de métodos, o que tem ficado evidente nas posturas adotadas pelo Partido desde então. Mas a transição não foi completa, como ficou demonstrado no episódio do “Dossiê”.

Para completar a transição, precisamos de uma nova direção que, além do compromisso com novas políticas e novos métodos, tenha também uma capacidade dirigente superior, algo indispensável se quisermos:

1) vencer as eleições de 2008

Tais eleições terão dupla dimensão: por um lado exigirão do Partido resposta para as questões locais, que variam de cidade para cidade. Por outro lado, exigirão uma política nacional coordenada, capaz de enfrentar o cerco que os partidos de oposição e setores da coalizão de governo movem contra o PT. Esta política nacional deve respeitar a autonomia das instâncias municipais e não se confunde com a tentativa, que repudiamos, de reproduzir na política de alianças municipal o mesmo arco de partidos que integra o governo federal;

2) reorganizar o campo democrático-popular

Isto exigirá travarmos um debate de fundo com os partidos de esquerda e com os principais movimentos sociais do país, ao mesmo tempo em que devemos desenvolver ações comuns que reafirmem as bandeiras históricas da esquerda. Ganham destaque iniciativas como o Plebiscito da Vale, a luta pela reforma agrária, a democratização da comunicação social e a Conferência do Mundo do Trabalho, como definida pelo 3º Congresso;

3)disputar os rumos do governo Lula

Embora o presidente e importantes ministros sejam petistas, o PT reduziu sua influência sobre o segundo governo Lula. Muitas vezes, isso se fez em prejuízo dos compromissos assumidos com o povo brasileiro, no segundo turno das eleições de 2006.

Não se trata, apenas, da presença de Henrique Meirelles no Banco Central, de Hélio Costa nas Comunicações, de Mares Guia na Articulação Institucional, de Reinhold Stepanhes na Agricultura, de Miguel Jorge na Indústria e Comércio, entre outros.

O tema é mais amplo: a existência de um governo de coalizão não justifica as ações que vem sendo conduzidas em várias áreas de governo, nem o espaço obtido por partidos de centro e direita (como o PMDB, o PTB e o PP).

Sabemos que a governabilidade institucional não pode ser construída sem governabilidade social. Mas, hoje, importantes movimentos sociais consideram que o governo não está cumprindo os compromissos assumidos quando da campanha pela reeleição.

A próxima direção precisa ter um papel mais ativo na disputa de rumos do governo Lula. Inclusive na política econômica, onde seguimos considerando inaceitável a influência do grande capital financeiro, beneficiário de taxas de juros que já desviaram para a banca privada mais de 600 bilhões de reais, recursos que fazem falta nas áreas sociais e no desenvolvimento da infra-estrutura.

4)iniciar a construção de uma candidatura petista para a sucessão de Lula

O PT não deve sucumbir a idéia, reiterada pela direita e pela mídia, da inexistência de uma “candidatura natural” para disputar as eleições 2010, nem à avaliação de que não temos uma candidatura com a mesma força eleitoral do atual presidente da República.

A verdade objetiva é que o PT é o maior partido do Brasil. Um partido capaz de reunir as forças necessárias para derrotar a oposição (PSDB-DEM). Um partido que possui vários quadros preparados para presidir o país e coordenar o governo federal, não apenas para dar continuidade às experiências exitosas do governo Lula, mas também para aprofundar as mudanças num sentido democrático-popular.

Esta condição foi construída ao longo dos últimos 27 anos, na organização partidária, na luta social e nas disputas eleitorais, entre elas as de 1989, 1994, 1998, 2002 e 2006. Eleições presidenciais que disputamos com candidatura petista, em várias delas enfrentando e derrotando as avaliações negativas que os setores conservadores sempre esgrimem contra o PT e contra o próprio Lula.

A escolha de nossa candidatura à presidência da República exigirá muito diálogo interno, com os movimentos sociais e com os partidos de esquerda. Exigirá disposição de unidade e concessão. Exigirá, também, muita firmeza em torno de duas idéias fundamentais: a) é o Partido, suas instâncias e seus filiados, quem decide; b) disputaremos as eleições presidenciais de 2010 com uma candidatura petista, que encabeçará uma coligação política e social democrático-popular.

Os mesmos que profetizavam que Lula nunca seria presidente, os mesmos que dizem que Lula foi eleito apesar do PT, os mesmos que vaticinaram que o PT não sobreviveria à crise de 2005, estes mesmos hoje dizem que o PT terá que abrir mão de suas “pretensões”.

Não podemos vacilar nesta questão. Sem arrogância, sem exclusivismo, sem baluartismo, mostraremos que as “pretensões” do PT foram forjadas nas ruas e nas urnas, nas lutas sociais e na ação de governo, no apoio popular e na força eleitoral.

A próxima direção nacional do PT será julgada, pela história, principalmente pela capacidade de conduzir a escolha do sucessor de Lula, preparando o terreno para a campanha de 2010, que será conduzida pela direção nacional a ser eleita no final de 2009.

5) desenvolver a campanha por uma Constituinte restrita e exclusiva

O sistema político-institucional brasileiro está vivendo uma profunda crise. A imensa popularidade de Lula e de nosso governo não devem servir para ocultar o outro lado da medalha: a tentativa de transferir para o judiciário atribuições do Legislativo, a desmoralização dos políticos e da política frente a camadas cada vez mais amplas da população, a promiscuidade entre interesses públicos e privados que é revelada a cada escândalo de corrupção, o péssimo funcionamento de instituições como o Congresso Nacional, a contradição entre os princípios democráticos e o papel cumprido pelo Senado etc.

O 3º Congresso fez este diagnóstico e apontou uma solução: a convocação de uma Constituinte exclusiva e restrita aos temas da reforma política. No PED 2007, os filiados ao PT devem ser chamados a assinar um projeto de iniciativa popular, em torno de uma Emenda Constitucional que convoque a população a decidir sobre a realização desta Constituinte.

Do sucesso da reforma política dependerá, em parte, o sucesso da estratégia que o Partido vem implementando há 27 anos, de mudar o país através de uma combinação entre luta social e luta institucional.

Uma direção socialista

Um dos melhores resultados do 3º Congresso foi a reafirmação do caráter socialista do PT. Um socialismo internacionalista, radicalmente democrático, ambientalmente orientado, baseado num desenvolvimento planejado e na coexistência de diversas formas de propriedade, com claro destaque para a propriedade social, pressuposto de que as riquezas produzidas coletivamente pela sociedade sejam apropriadas também coletivamente por todos e todas.

A reafirmação do caráter socialista do PT, mesmo que tardia, chega em tempo fértil. Não apenas pelo que acontece na América Latina, onde devemos seguir trabalhando em favor da ruptura com o neoliberalismo e apoiando aqueles processos onde esta ruptura se faz em favor do socialismo. Mas principalmente devido ao que está acontecendo no Brasil, onde seguimos enfrentando uma dura disputa contra a hegemonia das idéias e dos interesses neoliberais.
Existem no PT aqueles que pretendem enfrentar esta disputa contra o neoliberalismo, a partir de valores como a “ética”, a “cidadania”, a “república“ e a “revolução democrática”.

Respeitamos os que pensam assim. Mas, de nossa parte, entendemos que tais valores não são suficientes para orientar a ação dos que querem, não apenas derrotar o neoliberalismo, mas também derrotar o capitalismo. Por isso, trabalhamos para eleger uma direção comprometida com a construção de um Brasil e de um mundo socialistas.

Estas são as idéias fundamentais do Plano de trabalho 2007-2009 que a chapa “A esperança é vermelha” e a candidatura de Valter Pomar à presidência nacional do PT submetem a todos os filiados e filiadas.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

O Socialismo Petista e o 3º Congresso

Renata Rossi*

Acompanhando as discussões acerca do tema Socialismo Petista, é curioso observar como este tornou-se lugar comum. Entretanto, antes de significar uma ampla identidade com a proposta de construção de uma sociedade socialista, o que se vê é uma generalização pouco criteriosa e mitigada pelos inúmeros adjetivos, ressalvas e ponderações sobre o que seria fruto de uma revolução na qual estariam em lados opostos classes sociais antagônicas com interesses irremediavelmente distintos.
Carlos Nelson Coutinho traz um debate interessante a partir de um pensador francês do século XVII - La Rochefoucauld – segundo o qual a "Hipocrisia é homenagem que o vício presta à virtude".
A hipocrisia, no nosso caso, estaria no uso generalizado e pouco consusbistanciado do termo socialismo – que deveria ser exatamente nossa virtude - e na sua utilização sem a menor dose de cautela e rigor que o termo requer sobretudo se o mesmo deve, em sua essência, representar alternativas reais de construção de uma sociedade baseada em valores diferentes dos que vivemos.
Repetimos com maior ou menor ênfase, a importância do debate acerca do nosso horizonte estratégico mas não guardamos, entre nossas fileiras, a devida coerência prática que esta audaciosa proposta revolucionária nos sugere.
Defende-se hoje, de modo mais enfático, valores republicanos do que propriamente valores e práticas socialistas. Apresenta-se mais os mecanismos para humanizar o capitalismo do que estratégias de ruptura com os modos de produção que o caracterizam. Fala-se em "socialismo pestista" mas esquece-se da palavra revolução – ou quando utilizada, assim como a palavra socialismo, vem sempre adjetivada como forma de amenizar a força que está por detrás da proposta concreta de ruptura com a exploração, com a burguesia, com a acumulação de riquezas e com a proposta de construção uma outra sociedade.
Uma sociedade na qual caberá a cada um conforme suas necessidades e as suas possibilidades. Uma sociedade na qual a liberdade individual será submetida aos interesses de um coletivo dos sujeitos históricos.
Liberdade, a igualdade e a democracia são hoje, inclusive para nós, valores fundamentais. Entretanto, transforma-se a referência a noções como socialismo e democracia em peças de retórica, e pagamos todos, um preço alto por jogar para debaixo do tapete as condições necessárias para a superação dos modos de produção capitalistas e seu aparato ideológico. Permitimos que a burguesia se aproprie de nossas palavras de ordem e as transforme a tal ponto que não mais as reconhecemos. Observamos, entorpecidos, a incorporação de táticas e da estratégia que menos exige esforços de rompimento com as condições materiais historicamente determinadas em nossa sociedade. Registramos a rejeição do debate de fundo, da crítica e da problematização de temas tão caros à sociedade, transformando-os em tabus diante da hegemonia burguesa.
É preciso debater profundamente e construir novas posturas e abordagens para estes temas. Somente assim, podemos começar a pautar, franca e consistentemente as possibilidades reais de construção de uma nova sociedade.
Finalmente, se o socialismo pode vir a ser a nossa virtude, não podemos cair na armadilha do vício que revela, de maneira implacável a hipocrisia que deturpa as mentes e confunde os corações daqueles que tem diante de si um horizonte muito claro, cujo caminho não permite mediações de qualquer natureza.

*Artigo publicado na Tribuna de Debates

terça-feira, 3 de julho de 2007

Tudo como dantes. Ou pior

Valter Pomar e Iriny Lopes

A maioria da Câmara dos Deputados derrotou o sistema de voto em lista fechada. Rejeitou, noutra votação, o sistema de voto denominado "flexível".
Como decorrência desta dupla votação, o financiamento público das campanhas eleitorais fica prejudicado. Mesmo que alguns digam que uma coisa (financiamento público) não implica na outra (voto em lista), a verdade é que sem voto em lista (fechada ou flexível), a introdução do financiamento público tornar-se-ia uma aberração.
Ou estaríamos misturando financiamento privado com financiamento público; ou estaríamos destinando dinheiro público a campanhas individuais, feitas com base no sistema nominal.
Já a proposta, que conta com apoio na bancada do PT, de garantir financiamento público para candidaturas majoritárias, liberando o financiamento privado apenas para candidaturas proporcionais, pode ter como efeito colateral aumentar os recursos disponíveis para que empresas privadas corrompam parlamentares.
O resultado da votação na Câmara dos Deputados confirma, mais uma vez, a incapacidade que o atual Congresso tem de reformar-se, mesmo que minimamente. E reforça a idéia de que apenas uma Constituinte exclusiva será capaz de fazer uma reforma política e as outras mudanças institucionais que o país precisa.
Reforça, ainda, uma obviedade: sem pressão popular, não há mudanças progressistas.
A votação na Câmara revela, ademais, que a "coalizão de governo" não serve para dar governabilidade, ao menos quando se trata de implementar mudanças no status quo. Mesmo que o governo tivesse se empenhado mais na votação, ainda assim o resultado não teria sido muito diferente. A verdade é que, entre os partidos que integram a coalizão, há um segmento conservador cujo compromisso com o governo Lula é limitado aos "bônus". Aí está, para demonstrar isto, os casos da emenda 3 e da desapropriação de terras onde há trabalho escravo.
A derrota do voto em lista e a provável derrota do financiamento público reafirmam, ademais, o óbvio: quando o PT se divide, a derrota é certa, ao menos quando estão em jogo os interesses democráticos e populares.
Nesse sentido, é preciso deixar bem claro: os parlamentares petistas que defenderam publicamente o financiamento privado e o voto nominal, qualquer que tenha sido o seu comportamento objetivo no processo de negociação e durante as votações, ajudaram a derrotar uma reforma progressista.
O que muda pós-derrota? Na melhor das hipóteses, nada. E isto já é extremamente grave.
Pois se tudo continua como dantes, então continuará vigente o atual sistema, de financiamento privado (ou seja, de corrupção institucionalizada); a política, os políticos e os legislativos continuarão, aos olhos de parcela importante da população, numa espiral de desmoralização; as forças de direita continuarão tendo maiores chances de manter sua hegemonia nos parlamentos; os partidos de esquerda continuarão submetidos a dupla pressão da fragmentação (cada mandato, um pequeno partido) e da corrupção.
Na pior das hipóteses, podemos assistir a uma mudança para pior. Pois a derrota do voto em lista abre espaço para uma reforma política reacionária (com introdução do voto distrital e facultativo).
Num caso ou noutro, fechou-se o que seria o caminho mais fácil, para quem pretendia aumentar a democracia, favorecer uma governabilidade pró-mudanças, alterar a correlação de força dos parlamentos e ajudar numa vitória da esquerda em 2008 e 2010.
Agora, mesmo para os maiores entusiastas da via exclusivamente institucional, fica cada vez mais claro que é prioritário investir na organização do PT, na retomada dos laços com os demais setores da esquerda política e social, na organização e mobilização das camadas populares, no deslocamento para a esquerda do governo Lula.
Esperamos que esta caminho seja consagrado no terceiro congresso do Partido.
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Valter Pomar é secretário de relações internacionais do PT
Iriny Lopes é deputada federal (ES) e secretária de Formação Política do PT

quinta-feira, 21 de junho de 2007

A Esperança é Vermelha disponível na Internet

A Esperança na Internet A partir de hoje nós, militantes petistas ideologicamente identificados com a tese "A Esperança é Vermelha" lançamos nossa esperança na Internet. É a nossa aposta na possibilidade de uma comunicação verdadeiramente democrática. O III Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) está bem próximo. Queremos debater e defender as propostas e idéias das correntes que assinam a tese.
Foi para isso que criamos o Blogger da Tese A Esperança é Vermelha. Aqui o militante poderá publicar livremente seus comentários, além de obter informações a todo instante, de qualquer lugar do planeta, sem complicação ou programação.
Queremos convidar todo militante petista, favorável ou não à nossa tese, a elevar o debate em todos os espaços da comunicação. Inclusive na internet, já que é possível, através do Blogger, fazer comentários e avaliações sobre o conteúdo da Tese A Esperança é Vermelha.
Aqui a militância e simpatizantes do partido dos Trabalhadores podem acessar a versão resumida e a íntegra da Tese. É só clicar nos link´s disponíveis abaixo e imprimir os dois documentos na integra:
Quem tiver qualquer tipo de dúvida sobre esta nova ferramenta e quiser mandar algum material sobre o III Congresso para publicação, basta enviar um e-mail para vermelha.esperanca@gmail.com

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Reproduza a Tese resumida

Clique no link abaixo e baixe o pdf da tese resumida "A Esperança é vermelha - 2007 e os próximos anos: abrir uma nova época na história do Brasil.

Conheça a íntegra da tese

Clique no link abaixo e veja a íntegra da tese 'no site http://www.pagina13.com.br/ "A Esperança é vermelha - 2007 e os próximos anos: abrir uma nova época na história do Brasil".